Telecom

Vivo tem R$ 6,7 bi em caixa para financiar leilão 5G e compra da Oi Móvel

A Vivo, em nove meses, acumulou R$ 6,7 bilhões para financiar o leilão 5G e a compra da Oi Móvel, contou o CEO da operadora, Christian Gebara, durante teleconferência de resultados do terceiro trimestre, realizada nesta quinta-feira, 28/10. O executivo destacou o forte papel do B2B na estratégia da empresa, ao mostrar que o segmento, que inclui serviços de cloud, TI, cibersegurança e IoT, representou 23% da receita total da operadora. “O B2B é tão importante que foi separado dos serviços digitais para termos uma atenção especial”, explicou.

Outra informação dada na teleconferência foi a decisão de ampliar a projeção de domicílios com fibra para 29 milhões, um acréscimo de 11 milhões, até 2024. Segundo Gebara, a Vivo está ampliando a rede FTTH em novas cidades e se beneficia da queda de 60% dos custos de passagem por domicílio nos últimos dois anos, hoje, em R$ 160.00.

“Vamos crescer muito para as cidades de porte médio e há muito para fazer ainda, por exemplo, em São Paulo, para tirar o cobre e o DSL”, adicionou o CEO da Vivo. O número de casas passadas com fibra representa o mercado endereçável de residências e não se confunde com o número de clientes do FTTH, que chegou a 4,4 milhões no caso da Vivo (além de 918 mil usuários de IPTV). O crescimento de home passed virá por meio da FiBrasil (da qual a Vivo é sócia) e de parcerias como a selada com a American Tower, em Minas Gerais.

Com 6,7 bilhões em caixa, acumulados nos últimos nove meses, a Vivo está pronta para financiar a participação no leilão 5G e a compra da Oi Móvel. Nos dois casos, Gebara adotou a cautela. Segundo ele, é preciso aguardar o certame do 5G para entender como será o cenário brasileiro, mesmo com a participação de 15 proponentes. Já no caso da Oi Móvel, Gebara diz que todos os ritos estão sendo cumpridos e não vê empecilhos para a aprovação do negócio. “A operação foi muito bem planejada e atende todas as exigências do CADE e da Anatel”, completou.

Resultados


No terceiro trimestre, a Vivo apurou receitas de R$ 11 bilhões, alta de 2,2% em relação a um ano antes. O lucro líquido do grupo ficou em R$ 1,31 bilhão, alta de 8,5% sobre o mesmo período de 2020. O resultado positivo veio na esteira do crescimento no móvel e na banda larga fixa, enquanto a rede legada de cobre (voz fixa, xDSL) e a TV por satélite (DTH), continuam a encolher. A receita móvel da companhia aumentou 3,9% no período, para R$ 7,4 bilhões. Já a receita fixa (FTTH) somou R$ 2,5 bilhões, alta de 14,8% ano a ano.

No móvel, a empresa registrou o maior número de assinantes dos últimos cinco anos: 82,25 milhões. Foram 5,53 milhões de adições em 12 meses. O crescimento da base de assinantes se deu com manutenção de preços. A receita média por usuário (ARPU) caiu no pós-pago (-0,5%), como no pré-pago (-7%). A ARPU no pós ficou em R$ 50,3, e no pré, em R$ 12,4, em período de inflação alta. No pré-pago, a ARPU também caiu em função “do cenário econômico desafiador”.

No fixo, a empresa registrou perda de assinantes em função de desligamentos na base legadas – produtos de telefonia fixa, banda larga por cobre e TV paga via DTH. Houve uma queda de 10,8% na quantidade de acessos fixos, para 15,17 milhões de assinantes. Segundo a empresa, isso foi parcialmente compensado pela procura pelos produtos de fibra óptica (FTTx).

A companhia terminou o trimestre com 4,4 milhões de assinantes FTTH, após adição de 310 mil clientes. O bom desempenho em fibra levou à retomada do crescimento da receita fixa, que caiu por 4 anos seguidos. Atualmente, os novos serviços da empresa já faturam 68,5% do total a área fixa.

Os investimentos realizados no período alcançaram R$ 2,15 bilhões, o que representa 19,5% da Receita Operacional Líquida do trimestre. Os investimentos foram direcionados ao reforço da rede móvel e à expansão da rede de fibra. O EBITDA (lucro antes de impostos, depreciações e amortizações) foi de R$ 4,8 bilhões, alta de 11,8% ano a ano.

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