
Para a Vale, o uso da Inteligência Artificial tem de fazer sentido para as metas de negócios, afirma o líder de IA e democratização de dados da empresa, Alexandre Pigatti. Segundo ele, a Vale foca na redução de custo de produção de minério e em ter um portfólio de minério de ferro que tenha melhor desempenho em comparação com os concorrentes. “Então, vamos focar nas estratégias de IA alinhadas com isso e temos de ter caso de negócio que pare em pé, com benefício de negócio e avaliar o quão fácil é para implementar”, explicou.
Pigatti participou do IBM AI Fórum Brasil 2025, realizado nesta quinta-feira, 5/6, em São Paulo. Ele dividiu palco com a executiva de estratégia e transformação digital com IA da IBM Consulting, Claudia Nolla. Segundo ela, os CEOs devem considerar cinco mudanças de mentalidade para ter clareza em tempos de mudanças.
Ela listou quais são essas mudanças: faça da coragem o seu core; abrace a disrupção impulsionada pela IA; cultive um ambiente de dados sólidos; ignore o Fomo — sigla em inglês que significa medo de ficar de fora — e concentre-se no ROI; e pegue emprestado o talento que você não pode comprar.
A Vale está, segundo Pigatti, melhorando processos já existentes com IA e a companhia entende que os novos processos já devem ser “IA by design”, mas, no momento, está trabalhando com os existentes. “Temos obsessão por segurança e gestão de risco.”
No que diz respeito à questão de pessoas, Pigatti compartilhou o desejo de democratizar os agentes autônomos inteligentes para a companhia. Hoje, a Vale possui uma política voltada para o uso de assistentes, que já são democratizados. “Como conseguimos checar tudo? Pela governança. E não temos ainda política para os agentes autônomos inteligentes, temos para assistentes”, disse. A Vale tem dois agentes implementados pelo time de especialistas, em um ambiente controlado.
Ter um caso de negócio sólido e que “pare em pé” e propor como o benefício será medido foi apontado pelo executivo como fundamental, que contou: “em 2023, quando começou todo o hype de inteligência artificial generativa, também fiquei com medo porque não tinha nada rodando de GenAI, mas fomos em frente”, compartilhou.