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“Chegamos para brigar com AWS, Google e Azure na nuvem pública”, diz José Nilo, da Huawei

A Huawei será um player concorrente do mercado de nuvem pública com AWS, Google e Microsoft Azure, assegurou o vice-presidente da unidade de cloud no Brasil, José Nilo, em entrevista exclusiva ao Convergência Digital. A companhia anunciou o segundo data center no país – a infraestrutura é própria e gerida pela Huawei, mas o local e os investimentos feitos não são revelados pela empresa. “Nuvem pública exige uma escala global. Temos data centers no Chile, na Argentina, no México e no Peru. Ter data center local é essencial”, afirma Nilo.

Outra área onde a Huawei planeja crescer e aparecer é o da oferta de kurbernetes e contêineres, onde a Red Hat, da IBM, tem grande influência no Brasil. “Vamos investir muito porque temos cases de sucesso na China e queremos trazer esses exemplos para o Brasil”, pontuou Nilo. A parte de Infraestrutura por Serviço é a meta inicial, mas a Huawei vai apostar em serviços, especialmente com Inteligência Artificial.

Para o executivo – que já foi o diretor geral da Amazon no Brasil – há um mercado enorme na nuvem pública para ser explorado no Brasil, principalmente com o ganho de volume das aplicações de IA, Internet das Coisas e deep learning. “Os clientes querem inovação. Querem ser mais ágeis. Mas também querem meios mais efetivos de pagamento. E eles vão ter tudo isso com a Huawei”, assegura.

Questionado se a Huawei chega atrasado na disputa com os outros players já instalados no Brasil, José Nilo, garante que esse não é um gargalo. “Os clientes conhecem a Huawei e a capacidade de inovação. Nós, na China, já somos o segundo maior provedor de nuvem pública (o primeiro é o Alibaba), com muitas aplicações voltadas à missão crítica”, ressalta.

Um orgulho da Huawei é unir nuvem pública e Inteligência Artificial. José Nilo conta da parceria firmada com o Hospital das Clínicas, em São Paulo, no começo da epidemia de Covid-19. Foi implantada uma solução de IA/Deep Learning de um parceiro da Huawei na China, capaz de fazer análise de radiografia de tórax e saber se o paciente tem covid e, principalmente, o grau de comprometimento do pulmão desse paciente. “O resultado foi tão eficiente, que tivemos mais de 18 mil exames analisados e o Hospital das Clínicas criou um modelo que foi levado para mais de 50 hospitais”, salienta.


Indagado sobre o seu desafio à frente da unidade de cloud e IA, considerada estratégica para a Huawei, José Nilo diz que quer fazer os empresários brasileiros entenderem que a inovação é global e o que está sendo feito em inovação no mundo. O executivo descartou uma possível rivalidade com as operadoras de telecomunicações. “Elas estão buscando parceria para fazer multicloud e endereçar serviços ao mercado B2B e estamos alinhados”, disse. Ampliar a capilaridade de atuação passa por parcerias com os provedores de serviços de Internet, considerados uma categoria especial de parceiros. “Eles têm acesso às pequenas e médias empresas e nos permitem chegar ao interior do Brasil”, completa o executivo.

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