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Open Finance: saber o que fazer com o dado é o X da questão

Ricardo Raposo, diretor de data & analytics na B3, e Bruno Loiola, cofundador da Pluggy, sustentam que para o ecossistema funcionar, o cliente tem de enxergar a vantagem em compartilhar o dado.

Como open finance será aplicado na prática? Ricardo Raposo, diretor de data & analytics na B3, e Bruno Loiola, cofundador da Pluggy, debateram o tema no no SAS Banking Summit 2021. Raposo explicou que a B3 conta com uma unidade de negócios de dados, que trata os dados criando produtos para o mercado não apenas financeiro ou de capitais, mas também para registros de várias garantias, como imóveis, carros ou recebíveis de cartão. “Temos um volume grande de informação e usamos esta informação para gerar produtos e serviços que ajudem o mercado a tomar melhores decisões, claro que preservando a questão de LGPD”, disse Raposo.

Para o diretor da B3, em se tratando de open banking, quem chegar primeiro vai se posicionar melhor. “O objetivo de abrir dados é ter a transformação no mercado financeiro para o consumidor ter melhores serviços e ter a criação de serviços que não seriam possíveis sem open banking”, disse. Para isso, é necessário preparar tecnologicamente o dado e entregá-lo quando for requisitado. Contudo, para que o ecossistema surja e possa vir a funcionar, o principal pilar é a confiança do consumidor para com a instituição de que vai proteger o dados. “Tem um trabalho para conscientizar e trazer a informação para os clientes para ele achar que vale a pena abrir os dados”, detalhou.

Um segundo pilar é entender o que o cliente quer para que ele possa ver vantagem em compartilhar o dado. “Que tipo de produto ou serviço oferecido vai trazer algum benefício que vale a pena ele compartilhar o dados?”, ressaltou Raposo. A  experiência, baseada em um processo sem fricção, também é importante e deve estar na pauta das instituições. “Quem conseguir entender melhor os clientes usando os dados vai sair na frente e aproveitar o que tem de melhor com a abertura dos dados”, destacou Raposo.

Na mesma linha, Bruno Loiola alertou que os bancos que fizerem open banking só para cumprir a regulamentação ficarão para trás. “O regulatório é o básico; o legal é como usar os dados de forma estratégica. O open banking, diferentemente do Pix, é uma mudança na base da infraestrutura para permitir que inovação aconteça”, disse. Loiola avalia que os brasileiros estão mais dispostos a compartilhar os dados em troca de melhores serviços e produtos em comparação com, por exemplo, os europeus. Mas para isso precisam enxergar benefícios.

“Open finance, na prática, é como a gente consegue, a partir dos dados, prover que tipo de experiência para o cliente. A briga vai ser pela melhor experiência e quem ganha o jogo é o cliente”, apontou. Com o dado sendo um ativo, cada vez mais, importante, quem o compartilha precisa confiar na empresa e ter certeza de que ela está sendo transparente e que a regra do jogo está clara, além de saber o que ganha em troca.


“Dependemos do ecossistema como um todo e que todos tenham as mesmas preocupações com relação aos dados, porque, se as pessoas não tiverem confiança, o ecossistema todo fica abalado. Por isso, é importante se preocupar com segurança e privacidade dos dados. A segurança tem de ser um processo evolutivo, porque a turma do mal é criativa. Hoje, já existem soluções para você ter esta segurança. Conquistar a confiança será o X da questão”, finalizou Loiola. 

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