Febraban Tech 2023

Santander foge das estruturas tradicionais para crescer no Open Finance

Instituição optou por usar bancos de dados não tradicionais e escaláveis. "Hoje temos bilhões de transações em Open Finance. A volumetria é impressionante", conta o CIO do Santander e CEO da F1RST, Luis Bittencourt.

Especial Febraban Tech 2023

A estratégia do Santander Brasil para atender aos requisitos de compartilhamento de informações do Open Banking e, agora, do Open Finance foi desenvolver tudo na nuvem.

Do início ao fim, o banco usou como alicerce data transformation e fugiu de estruturas tradicionais, como bancos de dados relacionais, que escalam de forma complicada. “Fomos para tecnologia em cloud e usando bancos de dados não-tradicionais, escaláveis e de uma forma muito mais eficiente. Hoje, temos alguns bilhões de transações em Open Finance; a volumetria é impressionante”, disse Luis Bittencourt, CIO do Santander e CEO da F1RST, em entrevista em vídeo à CDTV, durante o FEBRABAN TECH 2023, realizado nesta semana, em São Paulo.

Open Finance foi um desafio para todo o mercado pela forma acelerada que ele foi conduzido e sem, inicialmente, discutir aspectos importantes da própria tecnologia e dos padrões que seriam adotados, conforme pontuou Bittencourt.

Do ponto de vista tecnológico, o CIO do Santander e CEO da F1RST contou que o Open Finance foi um super desafio, assim como do ponto de vista organizacional, com as áreas de negócio tendo de entender a abertura não como uma obrigação regulatória, mas, sim, como oportunidade para mudar o modelo de negócios. “É entender Open Finance não apenas como uma iniciativa da TI que tem de cumprir o regulatório, mas como uma oportunidade de mudança com potencial de mudar o jogo”,apontou.


Já do lado dos clientes, o caminho ainda é longo. Na semana passada, durante o 3º Congresso Brasileiro de Internet, promovido pela Abranet em Brasília, foi revelado que o número atual de consentimentos ainda é uma fração pequena dentro do todo. A massa crítica não foi atingida ainda, mas para o Banco Central os números representam um sinal de sucesso do novo modelo.

“Os clientes estão entendendo esse poder e que os dados, os extratos são do cliente e não do banco. Open Finance traz uma mudança estratégica que sai dos grandes bancos, que, há algum tempo, decidiam se davam ou não crédito. Hoje, é o cliente que busca onde quer ter o relacionamento. É uma verdadeira transformação de toda a indústria”, apontou.

Entre os entraves para aumentar a adesão está melhorar a experiência do cliente no compartilhamento. “Ela ainda não é simples e nem a mais intuitiva. O cliente não entende ainda direito. E também tem o tema de os players do mercado conseguirem gerar valor para o cliente”, assinalou Bittencourt.

IA generativa

A evolução da inteligência artificial de analítica e preditiva para generativa está também na pauta dos bancos. No Santander, há casos práticos na área de atendimento. “É impressionante o que a IA generativa consegue fazer. Ela consegue ouvir uma gravação de um atendimento e interpretar aquilo, algo que não conseguíamos fazer bem com as tecnologias que existiam. Hoje, é possível analisar o atendimento, tirar insights e recomendações”, contou o CIO.

O Santander está investindo em IA generativa para atendimento e gestão de conhecimento, para facilitar o atendimento. Além disso, tem também casos de adoção para análise de risco de crédito. Para além destas áreas, Luis Bittencourt enxerga um forte impacto da tecnologia no mundo de desenvolvimento e construção de soluções. “Vai mudar o jogo, porque você vai ter a capacidade de ganhar produtividade; ficando cinco, dez, 20 vezes mais produtivo. Você para de simplesmente programar em linguagem livre — como Piton e Java que estão sujeitas a erros — e tudo caminha para low-code, mas um low-code muito mais produtivo”, disse.

“Estamos no lugar certo e vivendo este momento incrível. A gente, de tecnologia, sempre acompanhou a evolução de IA, mas o chatGPT veio para mudar o jogo”, acrescentou o CIO do Santander e CEO da F1RST, explicando que IA generativa vem para exponencializar as capacidades humanas.

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