Abinee: Governo improvisa e traz insegurança ao setor
“A cada semana temos que apagar um incendio”, assim a Associação Brasileira da Indústria Elétrica Eletrônica, Abinee, reagiu, inconformada, com relação à decisão do Ministério da Economia, anunciada nesta terça-feira, 17/03, de reduzir em 10% as tarifas de importação de bens de capital (BKs), de informática e de telecomunicações (TICs). “A nós, parece uma decisão intempestiva e improvisada que só vai trazer prejuízos e insegurança ao setor”, pontuou o presidente da Associação, Humberto Barbato.
Ele acrescenta que a decisão causa surpresa uma vez que está agendada reunião com o Ministro Paulo Guedes na próxima sexta-feira, 19, que entre outros temas trataria da abertura comercial e envolveria diversos segmentos industriais. Para a Abinee, “ao tomar a medida agora, o governo escolhe setores, iniciando por BK e TICs, sem reduzir a tarifa dos insumos utilizados por estas empresas, o que trará aumento de custos para a produção local.”
A entidade também lembra que a redução ainda será submetida aos países-membros do Mercosul na próxima semana para uma possível extensão a outros setores. Caso isso não aconteça, somente os setores de BK e TICs terão a redução do imposto de importação. “A decisão não deveria ser tomada antes da reunião do Mercosul e deve ser transversal a outros setores”, reforça Barbato.
Ele questiona ainda o argumento do governo de que recentes medidas para aliviar o custo Brasil para se reduzir a assimetria na produção com OCDE propicia o corte das tarifas. “Queríamos conhecer a métrica utilizada”, afirma. O presidente da Abinee acrescenta que, além disso, os custos, por exemplo, de transporte variam de setor para setor. Da mesma forma, o impacto no custo final do produto também varia de empresa para empresa. Ao final, a Abinee sustenta não ser contra a redução das tarifas de importação e abertura comercial, mas que deve ser feita de forma transversal e com previsibilidade.