Governo

Deputados aprovam urgência para o PL de privatização dos Correios

Os deputados aprovaram nesta terça-feira, 20/04, a urgência do projeto de Lei 591/21, que quebra o monopólio da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) e autoriza a exploração de serviços postais pela iniciativa privada. O governo não irá vender a estatal. Tanto que o texto determina que a União mantenha para si uma parte dos serviços, chamada na proposta de “serviço postal universal”, que inclui encomendas simples, cartas e telegramas. O motivo, segundo o governo, é que a Constituição obriga a União a ter serviço postal e correio aéreo nacional. Os demais serviços, sim, poderão ser explorados pela iniciativa privada.

A proposta foi alvo de forte oposição de partidos contrários ao governo Bolsonaro e também teve voto contrário do MDB. Vários partidos optaram por liberar o voto dos deputados diante a controvérsia. O deputado Édio Lopes (PL-RR), por exemplo, afirmou que o PL foi favorável à urgência, mas não tem acordo sobre o tema do projeto.

Relator da proposta, o deputado Gil Cutrim (Republicanos-MA) disse que vai conversar com todos os atores envolvidos e estabelecer amplo diálogo para construir um texto novo. Ele disse que é preciso modernizar a administração pública no contexto de aumento de gastos públicos.

“A dívida pública do País cresceu em larga escala durante a pandemia, por isso racionalizar os gastos públicos e modernizar a administração pública devem ser prioridade”, afirmou Cutrim. Ele disse que é preciso criar “instituições fortes sem interferências políticas”.

Falando em nome do governo, o deputado Capitão Alberto Neto (Republicanos-AM) destacou que foi eleito um governo com agenda liberal, o que inclui privatizações. “O governo tem uma pauta liberal, e os setores tem de ser privatizados e regulados pelo governo”, disse.


O lucro de R$ 1,5 bilhão registrado em 2020 foi um dos argumentos contra a privatização da estatal. O deputado Henrique Fontana (PT-RS) disse que a proposta vai na contramão do crescimento do País. “Em vez de o País ganhar dinheiro, modernizar as atividades dos Correios, em vez de nos espelharmos em mais de 80% dos países que têm serviços nacionais de correio, aqui a prioridade é vender o patrimônio público na bacia das almas”, criticou.

O líder da Minoria, deputado Marcelo Freixo (Psol-RJ), destacou que a importância dos Correios aumentou sobremaneira na pandemia. “O que a gente vê é a tentativa de retirar uma empresa pública da concorrência no mercado. Querem acabar com uma empresa eficiente e com equilíbrio”, acusou.

Fonte: Agência Câmara de Notícias

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