Menos de 1% dos sites no Brasil passou nos testes de acessibilidade

Menos de 1% dos sites existentes no Brasil – 28 milhões, embora apenas 50% estão ativos –  passou em um teste de acessibilidade para pessoas com deficiência feito em uma pesquisa promovida pelo movimento Web para Todos, em parceria com a empresa BigDataCorp e com Núcleo de Informação e Coordenação do .br, vinculado ao Comitê Gestor da Internet (CGI.Br).

Foram verificados recursos importantes para garantir a acessibilidade, como a descrição de imagens, identificação para leitores de tela, apontando quando há formulários e formas de preencher os campos destes. Também são considerados os links e se estes possuem os padrões exigidos. A pesquisa avaliou também um validador da organização W3C acerca dos sites. “Embora este não seja voltado para acessibilidade, para sua obtenção, são exigidos requisitos neste sentido, como rótulos descritivos de imagens, marcação de formulários e links de forma adequada”, explica Reinaldo Ferraz, especialista em Desenvolvimento Web do W3C Brasil e do Ceweb.br/NIC.br.

Dos sites analisados em 2020, somente 0,74% passaram em todos os testes. No ano passado, o percentual foi de 0,61%. Entre os que apresentaram pelo menos um problema, destacam-se falhas nos testes do w3c ( 97,72%) (que abrangem parte das outras categorias) e problemas nos links (93.5%), imagens (83,6%) e formulários (55%).

Nos sites do governo, as falhas foram identificadas em 96,7%, contra 99,66% no ano passado. O estudo avaliou tipos específicos de sites. Neste recorte, os que tiveram maior percentual de páginas aprovadas nos testes foram os educacionais (96.12%), corporativos (97,19%) e notícias (97,9%), de comércio eletrônico (98,7%) e blogs (98,76%). “Não é porque o site apresentou falha nos testes que é totalmente inacessível. Não necessariamente é um impeditivo, mas é um indicador de diferença de experiência. Quando tem muito problema, pode, sim, ser um impeditivo”, avalia Thoran Rodrigues, diretor executivo da BigDataCorp, que executou a análise.

Ele registra que os números melhoraram, mas ainda são muito baixos. Para mudar isso, é preciso “ter mais conhecimento, principalmente para quem trabalha com desenvolvimento, e cobrar das pessoas que isso seja feito”. As empresas, completa, precisam entender que a falta de acessibilidade prejudica seus negócios.
Para Simone Freire, do movimento Web para Todos, um instrumento importante é a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (No 13.146 de 2015). “A LBI, que traz a obrigatoriedade da acessibilidade nos sites brasileiros, precisa definir multa em relação à não adequação da acessibilidade nos sites. Isso precisa chegar à população”, defende.


*Com informação da Agência Brasil

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