Inovação

Hiperconectividade e os negócios digitais

Há uma forte demanda por conectividade de baixa latência entre os sistemas de IA e as bases de dados legadas.

Mais do que reduzir custos, a nuvem híbrida viabiliza empresas mais resilientes, sustentáveis e competitivas. Para as companhias que ainda não completaram a transformação digital, serviços de nuvem híbrida podem ser uma forma de acelerar seus resultados de negócios com uso de tecnologia, aponta o ISG Provider Lens Next-Gen Private/Hybrid Cloud – Data Center Services & Solutions 2022 para o Brasil, divulgado pela TGT Consult.

O levantamento mostra que a dificuldade das empresas em encaixar aplicativos legados na infraestrutura de nuvem pública leva a uma preferência por executá-los em data centers de colocation ou migrá-los para hospedagem gerenciada. “Estamos observando uma mudança na forma como as empresas utilizam a nuvem”, diz Pedro L. Bicudo Maschio, analista líder da ISG e autor do estudo.

Segundo ele, antes, a nuvem híbrida era a configuração de uma nuvem pública como extensão do data center do cliente. “Hoje é bem diferente: as empresas-clientes colocam a nuvem pública como seu principal data center e acrescentam soluções rodando em colocation, hosting e outras nuvens. Ou seja, o híbrido é mais amplo e envolve vários data centers, inclusive diversas nuvens públicas”, adiciona.

Maschio menciona que tal modernização é uma tendência global, com empresas acelerando a mudança para ERP em nuvem, além da crescente utilização de inteligência artificial, sempre em nuvem pública. “Como IA usa dados de todas as fontes, inclusive sistemas legados, há forte demanda por conectividade de baixa latência entre os sistemas de IA e as bases de dados dos sistemas legados. A hiperconectividade é um fator essencial para a competitividade em negócios digitais. Quem não fizer esse movimento irá ficar defasado em relação aos seus concorrentes”, declara.


O executivo observa que, hoje, os sistemas das empresas agora precisam estar disponíveis o tempo todo e acessíveis a partir de qualquer local. Além disso, o data center precisa ser seguro e eficiente, de preferência atendendo às expectativas de carbono zero ou, no mínimo, em conformidade com normas de sustentabilidade e ESG. “Os fornecedores de hosting, colocation, nuvem pública e serviços gerenciados conseguem atender a todas essas expectativas utilizando nuvem híbrida, o que é quase impossível para a maioria dos data centers privados”, sinaliza.

Maschio explica que é comum que o cliente integre várias nuvens e tecnologias de software como Serviço (SaaS), ERPs, sistemas de pagamento, de e-commerce e outras soluções corporativas em nuvem. “O que continua firme é a tendência das empresas de fechar os data centers próprios privados, passando para uma infraestrutura totalmente terceirizada e composta de hosting, colocation e várias nuvens”, comenta.

De acordo com o relatório, o aumento do número de ataques de ransomware nos últimos dois anos no Brasil levou as empresas a repensar suas estratégias de backup e recuperação, incluindo novos métodos imutáveis de armazenamento em nuvem separada ou infraestrutura de data center para permitir uma recuperação rápida para maior resiliência e implantação rápida de novos serviços na infraestrutura mais adequada.

O levantamento termina afirmando que a continuidade dos investimentos em infraestrutura observados em 2021, o estudo constata que movimentos de fusão e aquisição (M&A) também seguem como tendência para 2022 e 2023, sendo uma forma de resolver a escassez de profissionais qualificados por meio da expansão. 

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