Esgotado, IPv4 só será alocado para novas empresas
O Registro de Endereçamento da Internet para a América Latina e o Caribe (LACNIC), anunciou nesta quarta, 15/2, que a região entrou na fase final do que chama de ‘terminação gradual’, ou seja, a distribuição dos últimos endereços IPv4. A partir de agora, alocações só para novos provedores de conexão.
“Empresas que vão entrar no mercado daqui em diante terão uma quantidade pequena de IPv4, mas suficiente para iniciar seu serviço e para se preparar para a transição para o IPv6. O objetivo é garantir que empresas que precisam desse recurso recebam uma quantidade mínima”, explica o gerente de Recursos de Numeração do NIC.br, Ricardo Patara.
Como se trata da distribuição de um recurso escasso, medidas por conta do esgotamento foram adotadas ainda em 2014. Ali, já se criou uma limitação aos pedidos de endereços na versão 4 do protocolo internet – uma mesma empresa só poderia levar 1024 endereços por vez, só podendo pedir novamente depois de seis meses. A nova etapa é ainda mais rigorosa. “Quem já recebeu, não pode mais receber. Somente haverá alocação para quem ainda não tem IPv4, e apenas 1024 endereços, uma única vez”, explica Patara.
O esgotamento de endereços IPv4 se tornou razoavelmente previsível há coisa de duas décadas, quando a internet comercial disparou. Lá atrás, em 1977, quando Vint Cerf e Robert Kahn desenvolveram a base desse sistema de comunicação, o TCP/IP, os 4,3 bilhões de combinações possíveis com números de 32 bits pareciam mais do que suficientes. Mas eles acabaram e a internet das coisas ainda nem chegou para valer. Daí a necessidade de mudança para um sistema de 128 bits, o que permite uma infinidade muito maior (340 ‘undecilhões’) de combinações.
Em 2014, quando as medidas de controle na distribuição começaram a vigorar na América Latina e Caribe, o Brasil tinha algo como 0,1% de usuários IPv6. Os dados mais recentes indicam que neste fevereiro de 2017 a proporção chegou perto de 15% “O volume de IPv6 tem crescido significativamente e vai continuar crescendo”, aposta o gerente de recursos de numeração do NIC.br.