IBM Brasil quer levar base instalada de Watson para Watsonx, sua nova plataforma de dados e IA

A IBM Brasil quer usar a base instalada de clientes que usam Watson para habilitar o seu novo ecossistema de dados e inteligência artificial: o watsonx. Não se trata, contudo, de uma substituição ou upgrade, mas, conforme a empresa explicou, de uma complementaridade, ampliando as funcionalidades já existentes. De acordo com a IBM, existem 400 projetos com Watson no Brasil, desde grandes corporações como Bradesco e Banco do Brasil a startups. 

“O Brasil se destacou na adoção de Watson. Temos centenas de casos implantados, então, a base é muito relevante. Agora, estamos fazendo trabalho de expandir e complementar o que a plataforma Watson fazia com o watsonx, trazendo uma forma diferente de trabalhar dados para subsidiar a inteligência artificial”, apontou Marcelo Braga, presidente e líder de technology da IBM Brasil, em conversa com jornalistas, nesta quarta-feira (16/08), durante o IBM Think São Paulo 2023. 

O watsonx foi disponibilizado em julho, após ter sido lançado, em maio, durante o Think, evento global da IBM. A plataforma de IA e dados conta com três produtos para ajudar as organizações a acelerar e escalar a IA:

watsonx. ai studio para novos modelos fundacionais, IA generativa e aprendizado de máquina (disponíveis desde já);

watsonx. data para armazenamento com a flexibilidade de um data lake e o desempenho de uma warehouse de dados (disponível desde já); e

watsonx. governance, kit de ferramentas para ajudar a habilitar fluxos de trabalho de IA a serem construídos com responsabilidade, transparência e explicabilidade (disponibilidade ainda este ano).

“Estamos vendo demanda das empresas sobre isso; o País está demandando integrar inteligência artificial generativa a projetos já feitos. Então, há expectativa grande de levar a base Watson para este próximo nível e ajudar clientes a aprimorar os modelos de governança”, acrescentou Braga. 

Segundo ele, a IBM já está em conversa avançada com ecossistema, seja para aportar capacitações, seja trabalhando com empresas integradoras olhando para como integrar o watsonx nas soluções. “Como é aberto, pode trazer inovações de forma mais rápida e não fica dependendo apenas da IBM, dá escala de funcionalidade bacana”, apontou.  

Watson versus watsonx

Quando a IBM aportou o Watson no Brasil, há cerca de sete anos, o desafio era mostrar às corporações que havia ferramentas que poderiam trazer mudança radical na forma como as companhias interagiam com clientes e tratavam seus dados. O Watson, ressaltou Braga, era referência de IA robusta. Mas existia o desafio de letrar o cliente, de mostrar que trazia conceitos que estavam preparados para o mundo corporativo. “Tivemos de abrir um mercado que não existia”, relatou.

Agora, o cenário é outro. Braga destacou que os projetos mostraram resultados, tendo impactos seja de atendimento ao cliente, seja suporte a funcionários, o que, ao longo do tempo, evoluiu para automação. “Hoje vemos um nível de automação de ter o problema resolvido por ela. Antes, era tempo de resposta e hoje é como resolver problemas de forma automatizada. A inteligência artificial generativa traz um nível sofisticado de atendimento e torna a vida das pessoas mais simples”, completou o presidente da IBM Brasil.

Além disso, Braga destacou que a escala hoje é completamente outra, com inteligência artificial generativa abrindo casos de uso e com maior facilidade para adoção. “Imaginamos que a adoção será muito mais rápida.”    

Avanços da IA  

Para Marcela Vairo, diretora de dados, IA Apps e automação da IBM Brasil, a inteligência artificial avança na medida em que mais empresas  — e aqui ela se referiu a fornecedores — embarcam  IA nos produtos, comos voltados, por exemplo, para a cibersegurança. 

E, agora, a tecnologia entra em uma nova fase, a generativa, onde o conteúdo ganhou protagonismo. O ChatGPT popularizou muito este conceito e fez com que pessoas fora do mercado de tecnologia da informação tivessem contato com IA. No entanto, a executiva salientou que a IA tradicional e inteligência artificial generativa se complementam. “Uma não mata a outra”, assegurou Marcela Vairo. 

Falando sobre o Brasil, a executiva da IBM assinalou que o País é um mercado super-relevante, relembrando os 400 casos implementados de Watson Assistant (nome formal do que se conhece como Watson). “A IA generativa será evolução do uso da IA e assim como o mercado brasileiro fez grande adoção da nossa IA, do Watson, apostamos no watsonx”, completou.