Moeda digital impõe uso da tecnologia de livros distribuídos pelos bancos
Um estudo da Bain & Company apontou que os bancos podem perder mais de US$ 150 bilhões, se não adotarem a tecnologia de livros distribuídos (distributed ledgers), base do blockchain, uma rede descentralizada ponto-a- ponto (do inglês peer-to-peer). De acordo com a consultoria de negócios, as instituições financeiras ainda não possuem a capacitação necessária para a utilização da moeda digital. O conceito de livros distribuídos dispensa intermediários, possibilitando transações diretas entre os bancos internacionais e acelerando o tempo em que elas são realizadas.
De acordo com a consultoria, em tese, os bancos conseguem lidar com as mudanças geradas pelo surgimento dos distributed ledgers, mas, na prática, o cenário é mais desafiador. Bain & Company explicou que, devido às regulamentações do setor e demais barreiras, as startups de moedas digitais não conseguiram competir com as instituições financeiras e acabaram se associando a elas.
Porém, a maioria das instituições financeiras optou por não desenvolver esta ferramenta, devido à volatilidade, governança e exigência de escalabilidade da tecnologia, além da necessidade de lidar com questões de privacidade relacionadas à difusão de informações dos fluxos monetários.
Além disso, a falta de clareza em relação ao “caminho” das moedas digitais representa um problema para os pagamentos internacionais e financiamentos em que a tecnologia dos distributed ledgers apresenta o maior desempenho, pontuou a consultoria.
A análise da Bain & Company ressalta que os bancos reconhecem o potencial desse recurso para aperfeiçoar a transparência, velocidade e eficiência dos pagamentos, mas como a estrutura atual oferece estabilidade de realizar anualmente transações que totalizam US$ 300 trilhões em receitas, as instituições preferem não arriscar.
Ao divulgar o resultado, a Bain & Company afirmou que entrevistou mais de 50 profissionais entre banqueiros, fundos de capital, especialistas em TI, executivos de associações internacionais de meios de pagamento e CEOs de startups para entender as implicações da tecnologia livros distribuídos para os bancos.