SMART investe R$ 150 milhões em Manaus e descarta deixar São Paulo
A Smart Modular Technologies investiu R$ 150 milhões em uma unidade em Manaus, mas isso não significa, em hipótese alguma, que a empresa está trocando Atibaia, em São Paulo, pela Zona Franca de Manaus, assegurou em entrevista ao portal Convergência Digital, o presidente da companhia, Rogério Nunes.
“Atibaia tem um investimento de R$ 1,5 bilhão e a produção de semicondutores, que não teremos em Manaus. Na nova unidade, temos uma capacidade produtiva de teste de semicondutores que não chega a 15% do que se tem em Atibaia”, destacou.
Indagado sobre a disputa tributária e regulatória envolvendo São Paulo e Manaus – como o recente embate com o ICMS, vencido por São Paulo – Nunes garantiu que, no caso da Smart, o plano é atender ao cliente, de forma a suportar a demanda deles, sjae por São Paulo ou por Manaus. “A produção de computadores pulou de 6 milhões em 2019 para 9,3 milhões, em 2021. A produção de smartphone está estável em 45 milhões de unidades. Há um mercado enorme para atender”, sustentou.
A unidade de Manaus será responsável pela produção de módulos de memória DRAM e módulos de conectividade para a Internet das Coisas, além de ser o local escolhido para a retomada da produção de SSD (Solid State Drives), interrompida há algum tempo por questões de demanda e operacionais. O plano é chegar a 160 empregados diretos locais.
A nova fábrica terá uma capacidade de produção de até 5 milhões de módulos de memória DRAM, 1,5 milhão de SSDs e meio milhão de módulos de conectividade, totalizando 7 milhões de unidades no primeiro ano de funcionamento, que serão somadas a até 20 milhões de circuitos integrados de memória, que passarão a ser testados e marcados na nova fábrica, ampliando a capacidade de testes de componentes semicondutores da SMART.
Já a unidade de Atibaia, em São Paulo, conta com mais de 550 profissionais altamente qualificados, tem capacidade de encapsular mais de 150 milhões circuitos integrados por ano e produz componentes com empilhamento de até 11 chips, equiparando-se em tecnologia com o que há de mais avançado no mundo.
Plano Nacional de Semicondutores
Ao ser questionado sobre o novo Plano Nacional de Semicondutores, em elaboração pelo governo, Rogério Nunes disse que está participando diretamente como empresário do setor e diretor da Abinee. Ele admite que o Brasil não tem condições de disputar recursos bilionários com a Ásia, Europa e Estados Unidos, mas se mostra otimista de o Brasil ganhar mercado em semicondutores, principalmente, por conta do 5G e da Inteligência Artificial.
“A extensão do PADIS foi essencial como política pública. É claro que há muito por fazer, principalmente, precisamos de mão de obra qualificada, mas temos, sim, chance de encontrar um lugar nesse mercado global”, pontuou o presidente da Smart.
O otimismo vem da demanda que está crescendo. Segundo Rogério Nunes, os computadores estão subindo de 4GB, para 8GB e, agora, para 16 GB, principalmente os notebooks e com a retomada da produção de SSD, há uma expectativa de muitos negócios. “Até o ano passado, apenas 25% dos notebooks – e não estou falando de PCs e servidores- usavam SSD, mas se espera que esse percentual chegue a 80% em 2024”, completou.