Opinião

Órgãos públicos: o cibercrime está pronto. E vocês?

A digitalização impulsionada pela pandemia, além de trazer maturidade às empresas, exige que a atenção aos ataques cibernéticos se dissipe ainda mais. Porém, se engana quem pensa que apenas o setor corporativo está vulnerável: órgãos públicos também estão na mira dos criminosos. Para se ter uma ideia, crimes virtuais atingiram mais de 2,3 mil órgãos oficiais em todo o mundo em 2021, desencadeando uma crescente preocupação da esfera pública em relação a cibersecurity.

Na busca por solução, mudar os sistemas de armazenamento da administração pública é, em muitos casos, inviável, mas trazer mais segurança aos processos é possível e necessário. Uma pesquisa da consultoria Maximus, por exemplo, revelou que 91% dos funcionários federais possuem documentos e sistemas na nuvem. Enfrentar esses desafios com sucesso e o menor prejuízo possível passa por diversas etapas, entre elas está a aposta no investimento em recursos que protejam e façam backup dos dados para evitar esses ataques.

Vale ressaltar que o momento de estruturar a segurança na administração pública é agora, afinal, prevê-se que até 2025, 75% das organizações serão atingidas por pelo menos um ataque de ransomware. O que isso significa na prática? Que é indispensável que as agências públicas invistam em segurança da informação agora, pensando tanto na proteção de seus sistemas, redes e dados, como também na dos dados dos cidadãos – afinal, não há ação pública que não impacte a sociedade.

Nesta linha, é necessário proteger não somente os dados hospedados em nuvem, mas também os softwares associados baseados na web, que precisam estar conectados a uma estrutura robusta de backup. Além disso, recursos como a implementação de autenticação multifator e do acesso remoto seguro, bem como treinamento dos funcionários sobre phishing, garantindo que seja feita a atualização dos softwares utilizados, também elencam a lista de ações preventivas.

Como os ataques do tipo ransomware bloqueiam o acesso aos sistemas ou criptografam os dados, possibilitando que os criminosos peçam dinheiro em troca das informações, tal e qual um sequestro, sabe-se que estamos lidando com profissionais do crime. Ou seja: o inimigo está preparado, é preciso que as organizações também estejam, minimizando os riscos a que estão expostas e reduzindo prejuízos em caso de efetivo ataque.


E este investimento em tecnologia precisa ser constante, pois da mesma forma que a tecnologia avança, provendo mais recursos inovadores, os criminosos também adquirem técnicas novas e atualizam suas formas de aplicar os golpes.

As agências governamentais precisam estar em constante alerta, conhecendo os inimigos ocultos e as ações que podem mitigar esses ataques. Um trabalho que, é claro, não deve ser desenvolvido pelas próprias empresas públicas, já que não é esta sua atividade-fim: para tanto é que existem os fornecedores de soluções e serviços na área de tecnologia para cibersegurança. Não há como controlar o avanço do cibercrime. Mas dificultar as invasões e proteger aplicações e dados é não somente possível, como também necessário. E o momento de fazer isso é agora.

Alexander Barcelos é Diretor Comercial da LTA-RH Informática

 

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