Anatel: Limpeza de postes precisa de R$ 20 bilhões
Segue sem perspectivas de uma solução perene o imbróglio de uso e limpeza dos postes do setor elétrico pelas empresas de telecomunicações. Como reforçou o presidente da Anatel, Leonardo Morais, nesta segunda, 22/2, trata-se de um desafio que exige um aporte grande, R$ 20 bilhões, sem perspectiva de retorno financeiro.
“Seria da ordem de R$ 20 bilhões o esforço para a regularização das vias aéreas, sendo um esforço que não geraria receita adicional. É um desafio muito grande. E apesar de todo o esforço, o quadro regulatório vigente é insuficiente para o enfrentamento desse desafio”, afirmou Morais ao participar do seminário Políticas de Telecomunicações, promovido pelo portal Teletime.
“O Brasil tem aproximadamente 46 milhões de postes. E pelo menos 10 milhões seriam elegíveis a esforços de regularização, em 1,4 mil cidades. Segundo a Aneel, são faturados pelas distribuidoras de energia 24 milhões de pontos de fixação, ou 13% dos 184 milhões de pontos teóricos, com uma receita anual de R$ 1,4 bilhão, mas com grande parte revertida em modicidade tarifária”, disse o presidente da Anatel.
Segundo Morais, desde que Anatel e Aneel voltaram ao tema e estabeleceram um preço de referência (R$ 3,19, ou R$ 4,25 em valores atualizados), ainda em 2018, mais de 220 mediações foram realizadas, com o valor sendo o ponto central da disputa em 120 casos.
O presidente da Anatel retomou a defesa de que “parte da solução poderia passar para uma operadora neutra, com a compreensão desse espaço em uma perspectiva de oportunidade de negócios, de geração de valor, uma empresa com foco no atacado e não no cliente final, que atenderia tanto as grandes teles como fomentaria um crescimento ainda maior dos PPPs”.