Com 4G em 700 MHz, teles móveis retomam projeto de entrar na banda larga fixa
A oferta da banda larga móvel como concorrente da banda larga fixa em localidades onde o serviço das operadoras tradicionais não chega já foi uma cartada das teles quando o 2G e o 3G foram lançados, mas não funcionou. Os modems banda larga chegaram a ser, inclusive, a grande aposta do projeto de inclusão digital do governo Lula.
Com qualidade de acesso ruim, a proposta acabou perdendo fôlego e foi colocada de lado. Os modems foram largados de lado. Com o advento do 3G, os smartphones se transformaram em roteadores e substituem, em muitos lugares, a ausência da conexão fixa, mas sem uma campanha efetiva das teles móveis.
A estratégia, no entanto, está voltando à mesa com a liberação do 700 Mhz para o 4G. As operadoras começam a testar suas conexões e investem na banda larga móvel como acesso fixo. Claro e TIM começam a revelar seus projetos.
Na teleconferência de resultados do primeiro trimestre, realizada na sexta-feira, 28/04, a TIM revelou mais detalhes da sua iniciativa. A operadora realiza piloto com a adoção de acesso fixo baseado em rede wireless (WTTx), em Rio Verde, Goiás, e em Fernando de Noronha, com ofertas de 2 Mbps (50GBN) e 4 Mbps (70GB).
“Não é um produto para o consumidor voraz de banda larga, mas é um produto muito viável para quem não tem conexão alguma e quer navegar na Internet. Já nos falaram inclusive, que o 4g funciona melhor que o WiFi das operadoras tradicionais”, explicou o CTO da TIM Brasil, Leonardo Capdeville. A proposta é usar o WTTx para ampliar a base do TIM Live, que fechou 2016, com 322 mil clientes.
Compartilhamento
Um dado relevante também foi colocado pelo CTO da TIM Brasil. Uma nova rodada de negociação está acontecendo entre as teles para viabilizar um compartilhamento de infraestrutura para ampliar a cobertura indoor, como em shoppings e aeroportos. “Não há sentido que cada tele faça o seu investimento. Harmonizar custos é absolutamente crucial”, reforça Capdeville.
Hoje, a TIM Brasil, inclusive tem 2/3 da sua infraestrutura funcionando no modelo de ran sharing. Para viabilizar os planos, a TIM Brasil priorizou a expansão da rede 4G e planeja chegar a 2000 mil cidades até dezembro. Atualmente são 1300 localidades cobertas.