Telecom

Com 6 GHz garantido, Claro, TIM e Vivo querem que Anatel adie leilão para 2030

Teles alegam custos do 5G e pedem a revisão do plano da agência de licitar em 2026

Depois de garantir que a Anatel mudasse de posição para dar a maior fatia da faixa de 6 GHz para a telefonia móvel, as maiores operadoras do país, Vivo, Claro e TIM, agora, pressionam o regulador por um adiamento significativo dos planos de leilão desse espectro. Em contribuições à consulta pública da Anatel sobre o cronograma de licitações, as teles defendem que a faixa de 6 GHz não seja oferecida em 2026, como proposto pela agência, mas somente em 2030.

Em 2021, a Anatel havia destinado integralmente a faixa de 6 GHz para usos não licenciados, como Wi-Fi 6E e futuras tecnologias Wi-Fi 7. Mas acabou mudando de ideia, sob pressão das teles móveis e dos fabricantes de equipamentos.

O argumento central das operadoras reside no grande volume de investimentos e compromissos assumidos no leilão do 5G, realizado em 2021. Segundo as empresas, a realização de um novo leilão em 2026 poderia sobrecarregar suas finanças e operações, comprometendo a implementação das obrigações já existentes e o desenvolvimento adequado das redes 4G e 5G.

A Claro argumentou que, embora reconheça a importância da faixa de 6 GHz para a expansão das redes móveis e a evolução para o 6G, licitar essa frequência já em 2026 seria “prematuro” sem uma infraestrutura robusta. A operadora alertou para possíveis problemas como falta de cobertura adequada e dificuldades na implementação de serviços, além de não otimizar o potencial da tecnologia. A Claro também lembrou os “recursos relevantes” e “compromissos significativos” assumidos com a aquisição das faixas de 3.5 GHz, 2.3 GHz e 26 GHz no leilão do 5G, cujas obrigações se estendem até 2030, defendendo a necessidade de considerar essas responsabilidades para evitar uma “sobrecarga” que impactaria negativamente o setor.

A Vivo foi ainda mais direta em sua contribuição, solicitando a realização da licitação “no médio prazo, preferencialmente a partir do ano de 2030”, coincidindo com o término das obrigações originadas no “Leilão 5G”.


A TIM também enfatizou os “compromissos ambiciosos” decorrentes do leilão do 5G, citando a implantação de cerca de 17 mil novas estações rádio base entre 2022 e 2029, além da conexão de novos municípios via backhaul de fibra óptica e outras obrigações regulatórias. Para a TIM, esse cenário evidencia a necessidade de um ambiente que favoreça o “amadurecimento dos investimentos atualmente em curso”, defendendo uma análise criteriosa da viabilidade de novos leilões diante do cenário econômico pós-Leilão 5G.

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