Telecom

Novo leilão de 700 MHz exige rede própria e proíbe acordo de compartilhamento com grandes operadoras

Consulta pública vai levar 45 dias.

A Anatel divulgou nesta quinta-feira, 5/12, a proposta de edital para a realização do novo leilão da faixa de 700 MHz, decorrente da devolução da faixa pela Winity. A ideia é fazer o leilão de forma a atender áreas rurais e não atendidas pelas teles. A minuta irá para consulta pública por 45 dias.

“Trazemos um aprendizado do edital anterior, em que houve um ganhador, a Winity, e depois a renúncia da faixa, de forma que o entendimento com esse caso e que resultou na renúncia não venha a acontecer novamente. A gente está deixando claro que o ganhador da faixa não pode fazer acordo com operadora PMS que já detém faixa de 700 MHz. O objetivo é justamente aumentar a competição, seja pelo portfolio de espectro mais diverso para operadores regionais que já compraram 3,5 GHz, ou para a entrada de um novo operador”, destacou o presidente da agência, Carlos Baigorri.

O texto proposto pelo relator do edital, conselheiro Vicente Aquino estabelece, por exemplo, que serão três rodadas de licitações; exige como compromisso que as vitoriosas tenham rede própria; impede o compartilhamento de infraestrutura com empresas com poder de mercado significativo, as maiores, ponto relevante para o fim do acordo Winity e Vivo, e a devolução da faixa à Anatel; e proíbe o uso de femtocells – estações pequenas e de baixa frequência – para efeito de cobertura.

O leilão terá três modelos de licitação. No primeiro, uma faixa de 10MHz + 10 MHz, sem pretendentes, se fará a segunda rodada, com 5MHz + 5 MHz, e, sem interessados, uma terceira licitação – também de 5 MHz + 5 MHz, aqui aberta para todo e qualquer interessado. Os compromissos de abrangência terão de ser atendidos por redes próprias.

“Há uma grande concentração de espectro nas mãos das grandes operadoras e da Algar, restando pouca competitividade às provedoras regionais. O leilão está vindo para corrigir desigualdades. A renúncia da faixa 700 MHz do 5G resultou na não prestação de serviços em localidades e rodovias como se pretendia”, frisou o conselheiro Vicente Aquino.


Ele lembrou ainda que a Oi atende a 10.650 localidades e continuará atendendo apenas até 2028, como consequência do acordo firmado para fazer a migração da concessão. “É preciso pensar nessas localidades que não têm competição”, adicionou Aquino.  Por unanimidade, os conselheiros da Anatel decidiram pela consulta pública de 45 dias.

Botão Voltar ao topo