Oi terá semanas decisivas e mostra preocupação com créditos da Anatel
A Oi terá semanas decisivas para o cumprimento de mais uma etapa da recuperação judicial da companhia, sustentou o CFO da Oi, Carlos Brandão. Segundo ele, o processo passará pela aprovação em outros países, como Estados Unidos, Inglaterra e Holanda. E há uma tentativa de acelerar a conversão da dívida em ações para agilizar a capitalização de R$ 4 bilhões, prevista no plano para acontecer até fevereiro de 2019, mas que pode ser antecipado para o segundo semestre.
Existem preocupações à mesa: como será resolvida a questão dos créditos da Anatel (a dívida da Oi é estimada em R$ 10 bilhões) e com o Plano Geral de Metas de Universalização 4, a ser definido também pela agência reguladora. “São preocupações sim, mas estamos mais leves com o andar positivo da recuperação judicial”, frisou Brandão, durante a teleconferência de resultados do primeiro trimestre de 2018, realizada nesta terça-feira, 29/05.
O presidente da Oi, Eurico Teles, saudou os bons resultados obtidos – a operadora encerrou o primeiro trimestre de 2018 com um lucro líquido contábil de R$ 30,5 bilhões, refletindo a aprovação do plano de recuperação judicial (ocorrido em dezembro do ano passado) que reduziu a sua dívida em mais de R$ 36 bilhões.
“Estamos cumprindo tudo que estabelecemos na Recuperação Judicial. Temos dinheiro em caixa e estamos investindo muito na digitalização. A Oi vai retomar seu lugar no mercado”, pontuou o executivo. No primeiro trimestre, a Oi registrou adição de assinantes apenas na TV por Assinatura. E, mais uma vez, teve redução de receita no mercado corporativo.
O diretor comercial da operadora, Bernardo Winik, assegurou que a pior fase passou e que a Oi já está participando – e vencendo – licitações no mercado privado e no governo. Ele também revelou que em março e abril, a Oi bateu recorde de adições líquidas de assinantes em relação a todo 2017 e que maio também deverá ter um ótimo resultado. “As novas ofertas, lançadas em março, trouxeram resultados e o Dia das Mães foi bom”, revelou.
Do ponto de vista operacional, a Oi, explicou o diretor de Operações, José Claudio Gonçalves, o Naval, está dedicando atenção à manutenção preventiva. “As corretivas têm um custo maior. As intervenções na rede caíram no período”, salientou. Uma das ações da Oi – já antecipada – é de nos quase 10 mil clusters escolhidos para investimento é o de migrar a rede de cobre degradada pela fibra óptica. “Temos que escolher onde investir. A nossa ideia é levar banda larga de fibra onde temos uma presença forte no interior do País”, sinalizou o CFO da Oi, Carlos Brandão.
A Oi é a operadora que tem maior quantidade de espectro na faixa de 1,8GHz para o refarming e uso para a oferta do 4,5G, informou ainda Brandão. O cronograma de chegar com o serviço em 22 cidades está mantido e as capitais Fortaleza e Salvador já vão ser ativadas em julho. “Estamos defendendo a nossa base nessas cidades onde temos a liderança”, explicou Brandão. A possibilidade de aquisição de mais espectro, em 700 MHz, uma vez que a companhia ficou de fora do leilão, será avaliada se ela acontecer, desde que o custo esteja adequado à realidade financeira da Oi.