Internet

Falta de interesse faz Estados descartarem Inteligência Artificial na gestão

A nova edição da TIC Governo Eletrônico, lançada nesta segunda, 17/6, pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), também mediu o interesse em tecnologias emergentes como a inteligência artificial. Em 2023, houve crescimento no uso de IA (de 24%, em 2021, para 30% e, 2023) e Internet das Coisas (de 18% para 27%) entre órgãos públicos federais e estaduais, ao mesmo tempo em que observou estabilidade na adoção de Blockchain (de 13% para 15%).

Inteligência artificial foi a tecnologia com maior diferença de utilização entre os níveis de governo. Enquanto aproximadamente metade dos órgãos federais (49%) adotou esse tipo de tecnologia, nem um terço dos estaduais (28%) apontaram esse uso. Para o não uso da IA, os órgaos federais destacam a falta de pessoas capacitadas no órgão público foi o mais citado no âmbito federal (34%), seguido de não ser uma prioridade para o órgão (25%).

Entre os órgãos estaduais foram mencionados como principais motivos para não utilizarem IA: não ser uma prioridade para o órgão (35%), falta de recursos humanos capacitados para usarem IA (32%), incompatibilidade com as tecnologias existentes (32%), dificuldades de disponibilidade ou qualidade de dados necessários (31%) e a falta de necessidade ou interesse (31%).

Ainda sobre o uso de Inteligência Artificial, a pesquisa apontou que os órgãos do Judiciário são aqueles que mais adotam a tecnologia: em 2023, 68% dos órgãos ligados a ele usavam aplicações de IA, contra 58% no legislativo, 56% no Ministério Público e 26% no Executivo. O Judiciário também foi o poder que mais promoveu capacitação em IA para os funcionários de TI (80%), quando comparado ao Legislativo (58%), Ministério Público (52%) e Executivo (25%).

Realizada a cada dois anos, a TIC Governo Eletrônico apresenta indicadores para monitorar o desenvolvimento do governo digital no Brasil. Em sua 6ª edição, a pesquisa realizou entrevistas por telefone em 677 órgãos públicos federais e estaduais dos Poderes Executivo, Legislativo, Judiciário e Ministério Público e 4.265 de prefeituras, entre julho de 2023 e fevereiro de 2024.


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