Vivo mantém o apetite e planeja ir às compras em nuvem, IoT e varejo
A Vivo está com apetite e se diz atenta às oportunidades em cloud computing, internet das coisas e varejo, afirmou o presidente da Vivo, Christian Gebara, em teleconferência de resultados do segundo trimestre nesta terça-feira, 30/07. Bom lembrar que a Vivo recém-adquiriu a IPNET, principal parceira e integradora da Google Cloud por R$ 230 milhões.
“Hoje nossos clientes têm concentração nos outros hiperscalers, e queremos aumentar participação com o Google, crescer em cloud e no Workspace entre PMEs. Com a aquisição, reforçamos a posição de maior parceiro Google no Brasil”, afirmou Gebara, em entrevista aos jornalistas. O B2B tem sido estratégico para a Vivo. A receita da área chegou a R$ 3,6 bilhões, com cloud liderando à frente de cibersegurança, big data e internet das coisas. Hoje o B2B chega a 6,7% da receita total da Vivo.
“A compra da IPNET foi estratégica porque nos trouxe também 260 especialistas sendo 140 deles certificados em Google Cloud, o que faz toda a diferença na integração e na oferta de serviços”, adicionou Gebara. O presidente da Vivo diz que os olhos da operadora não estão apenas em computação em nuvem, diz que cibersegurança e IoT estão na mira, sendo que internet das coisas em um grau de maturidade menor. “A Vivo é uma empresa de Tecnologia”, completa Gebara.
A operadora também não descartou a possibilidade de avançar em banda larga fixa com a aquisição da Desktop, ainda em negociação, conforme adiantou ao Valor, o presidente Christian Gebara. Sobre a migração da concessão da telefonia fixa, Gebara informou que o termo do acordo está pronto, mas aguarda avaliação do Ministério Público. Quando este devolver sua análise, o assunto irá para o plenário da corte de contas. Presidente da Vivo acredita que uma posição final será conhecida até o final de outubro.
Sobre a compra dos 4 milhões de assinantes da banda larga fixa da Oi, Christian Gebara, foi cauteloso ao dizer que não sabe que a V.Tal, uma empresa de rede neutra, vai ficar com essa carteira de clientes. Disse apenas que para a Vivo não era um bom negócio exatamente por conta desses clientes estarem conectados a um acordo comercial com uma empresa de rede neutra. “Não era uma compra independente de ativo, mas, sim, um ativo vinculado a um contrato comercial de uma rede”, afirmou Gebara.
Resultados
A Telefônica Vivo ampliou o lucro líquido em 8,9% no segundo trimestre deste ano, na comparação com o mesmo período do ano passado, para R$ 1,22 bilhão, conforme balanço financeiro divulgado nesta segunda-feira, 29. No primeiro semestre, a operadora lucrou R$ 2,11 bilhões, alta anual de 8,2%.
A receita líquida avançou 7,4% no período de abril a junho em relação ao mesmo intervalo de 2023, alcançando R$ 13,67 bilhões. O faturamento foi puxado pelo desempenho do serviço móvel (alta de 8,8%), o de maior representatividade na receita, e pela forte alta da banda larga fixa em FTTH (17,1%)
A venda de aparelhos e eletrônicos (9,9%) e o segmento de dados corporativos, TIC e serviços digitais (8,3%) também contribuíram para a expansão do faturamento.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA) avançou 7,3% no segundo trimestre, totalizando R$ 5,45 bilhões. A margem ficou estável, em 39,9%.
Já os investimentos caíram 0,5%, ficando em R$ 2,34 bilhões, montante que representa 17,1% da receita operacional líquida. Os investimentos em rede, no entanto, cresceram 4,1%, somando R$ 2,02 bilhões. Segundo a operadora, os desembolsos “foram direcionados ao reforço da nossa rede móvel”
A Vivo encerrou o segundo trimestre com aproximadamente 101 milhões de acessos móveis (incluindo telefonia, M2M e PoS). Desse total, 64 milhões são assinantes do serviço pós-pago e 34 milhões, do pré-pago. Ainda no segmento móvel, a Vivo informou que a venda de smartphones compatíveis com 5G representou 87% do total de celulares vendidos entre abril e junho.